COMISSÕES / CÓDIGO FLORESTAL
03/11/2011 - 10h44
O relatório do senador Jorge Viana (PT-AC) sobre o projeto de reforma do Código Florestal
deve ser votado no próximo dia 22 na Comissão de Meio Ambiente (CMA),
seguindo então para decisão final em Plenário. A previsão é do
presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSD-DF), que marcou a
data depois de entendimentos com Jorge Viana.
O projeto (PLC 30/2011)
tramita neste momento nas comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e de
Agricultura (CRA), onde é relatado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC).
A votação do relatório do senador catarinense está marcada para a
próxima terça-feira (8), quando então a matéria seguirá para a CMA,
última comissão antes do Plenário.
Conforme Rollemberg, Jorge Viana apresentará seu voto na CMA no dia 16, quando deve ser concedida vista coletiva
e marcada a votação do texto para a semana seguinte, no dia 22. Assim
como ocorreu nas comissões de Ciência e Tecnologia e de Agricultura,
também na CMA deverá ser feito acordo para que, após a leitura do
relatório, emendas ao texto sejam feitas por destaque, o que
regimentalmente evita novo pedido de vista.
Ajustes
Rollemberg
acredita que os entendimentos em torno do novo código estão
praticamente concluídos, havendo espaço para poucas mudanças. Ele vê a
possibilidade de alterações nas regras para as cidades e a inclusão de
capítulo específico de proteção da agricultura familiar. O senador
também aponta outros possíveis ajustes, como a inclusão de norma para a
recuperação de Área de Preservação Permanente (APP) em rios acima de dez
metros de largura.
O relatório de Luiz
Henrique já prevê que, para rios com até essa largura, seja obrigatória a
recomposição de apenas 15 metros de mata ciliar, e não 30 metros, que é
a norma para APPs ripárias em rios com até dez metros de largura. Mas o
texto é omisso quanto às regras de recomposição de matas nas margens de
rios mais largos.
Audiências
Para
subsidiar os senadores da CMA na votação da matéria, a comissão
realizará três audiências públicas na próxima semana. Na quarta-feira
(9), serão discutidas questões relativas às cidades; na quinta-feira
(10), os senadores ouvem representantes dos comitês de bacias; e na
sexta-feira (11), discutem a proteção das florestas.
Também
visando ampliar o conhecimento sobre o assunto, será realizada uma
visita ao Mato Grosso, quando os parlamentares conhecerão locais onde
foram realizadas experiências bem sucedidas de recuperação de áreas de
preservação.
Após a votação em Plenário, o
projeto voltará para a Câmara dos Deputados, para exame das mudanças
feitas pelos senadores. Os relatores Luiz Henrique e Jorge Viana
trabalham para que as alterações contidas em seus votos sejam negociadas
também na Câmara, para evitar a rejeição do texto. No mesmo sentido, o
governo tem participado dos entendimentos, para que a Presidência da
República não venha a vetar partes do projeto.
Por
conta desses entendimentos, por exemplo, Luiz Henrique não acatou
emendas para incluir na nova lei florestal incentivos econômicos para
recuperação e manutenção de áreas florestadas. Como as fontes para o
pagamento por serviços ambientais devem incluir recursos orçamentários, o
governo quer tratar a questão em lei específica, a ser enviada ao
Congresso.
Iara Guimarães Altafin / Agência Senado
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