Segurança pública e relações econômicas entre estados serão prioridades do Senado no primeiro semestre
14/02/2012 - 20h07
Da Redação / Agência Senado
A
segurança pública e as relações econômicas entre os estados, os
municípios e a União serão os pilares mais importantes do trabalho do
Senado neste primeiro semestre. A crise na Polícia Militar e as tensões
por causa da repartição de recursos dos fundos de participação e da
cobrança de impostos nas operações interestaduais influenciaram
decisivamente a pauta de votações que começou a ser montada na reunião
de líderes desta terça-feira (14).
Jucá
confirmou que comissões do Senado estudam anexar os principais projetos
na área de segurança e os que dizem respeito à regulamentação do Fundo
de Participação dos Estados para chegar a uma pauta única. Na saída da
reunião de líderes desta tarde (14) - a primeira do ano -, o senador
Walter Pinheiro (BA), disse, por exemplo, que haverá duas semanas
temáticas dedicadas aos projetos de segurança pública.
- Esse foi um tema explosivo no país recentemente - disse Pinheiro.
Na
visão do líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), a segurança
pública deve ser "prioridade zero" para o Senado. Ele disse que, há
vinte anos, a desigualdade social vem diminuindo e a violência
aumentando. Assim, a questão não seria meramente social.
- Nas questões de segurança, o Brasil não pode esperar mais - declarou o senador.
Pacto federativo
Temas
como os incentivos fiscais e alíquotas de impostos nas operações
estaduais também vão estar entre as prioridades do Senado. Na reunião de
líderes desta tarde também ficou decidido que uma Comissão Especial de
senadores será criada para debater o pacto federativo e o projeto de
Resolução (PRS 72/ 2010),
do próprio Jucá, que uniformiza em 4% a alíquota para o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias (ICMS) nas operações interestaduais com bens e
mercadorias importados do exterior. O objetivo é combater a guerra
fiscal, causada pelos incentivos concedidos por alguns estados, para
atrair empresas. O projeto está em análise na CCJ.
Segundo
Walter Pinheiro, haverá reuniões conjuntas da CCJ com as comissões de
Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e de Assuntos Econômicos (CAE),
para buscar um acordo sobre assuntos como incentivos fiscais, Fundo de
Participação dos Estados (FPE) e mesmo royalties do petróleo.
Demóstenes
disse que a questão do FPE precisa ser tratada com urgência, já que o
Supremo Tribunal Federal (STF) deu o prazo até 31 de dezembro deste ano
para que o Congresso regulamente o tema. O senador, no entanto, disse
ser preciso uma regra de transição, para que um estado não perca parte
de sua receita de forma repentina. Para Alvaro Dias, é importante que o
Senado aprecie a questão até o meio do ano, para que a Câmara dos
Deputados também tenha tempo para o debate.
- Temos até o fim do ano, caso contrário o STF fará a nossa parte - alertou Alvaro Dias.
Medidas Provisórias
Outra
questão tratada na reunião foi a tramitação das medidas provisórias
(MP). Os líderes pediram que o presidente do Senado, José Sarney,
realize um esforço junto ao governo e à Câmara dos Deputados para que a
proposta de emenda à Constituição (PEC) 11/2011
seja aprovada. Segundo Alvaro Dias, o Senado está sendo submetido a
"uma situação até de humilhação", devido ao pouco tempo para análise e
pela quantidade de MPs enviadas ao Congresso.
Walter
Pinheiro também reconheceu que o assunto das MPs é importante. Ele
disse que o Senado vai voltar a conversar com a Câmara sobre a PEC das
MPs. O texto, que altera o rito das MPs, foi aprovado em agosto pelo
Senado e está em análise na Câmara dos Deputados.
-
A sugestão de todos foi que cada líder do Senado converse com o líder
do seu partido na Câmara, para pressionar o presidente [da Câmara] Marco
Maia a colocar esse item na ordem do dia deles - disse o líder
Segurança pública e relações econômicas entre estados serão prioridades do Senado no primeiro semestre
do PT.
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