08/11/2011
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CNM
O
presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo
Ziulkoski, apresentou novos dados sobre o problema do crack com a
pesquisa Presença do Crack nos Municípios Brasileiros. O estudo elaborado pela entidade com
mais de 4.400 Municípios indica que 63,7% enfrentam problemas na área
da Saúde por causa da circulação da droga. Na Segurança e na Assistência
Social, 58,5% e 44,6% dos Municípios relataram problemas preocupantes
por causa do crack e outras drogas.
Ziulkoski ainda ressaltou a necessidade de parcerias e do
governo aproveitar os dados para estruturar melhor políticas de Saúde
sobre o problema. “No Rio de Janeiro, quando foram ocupadas as Unidade
de Policia Pacificadora (UPPS), houve uma sincronia de forças - Exército,
Marinha, Polícia Militar -, isso aqui é uma guerra pior que aquela. É
preciso uma ação integrada, uma estratégia de enfrentamento. É isso que
estamos cobrando, é para isso nós temos dados”.
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O presidente da entidade ainda explica que o
papel da CNM é fornecer as informações. “Em abril de 2012 vamos
apresentar novos dados, dessa vez com o número de usuários. Já temos
mais de 600 Municípios catalogados”, adianta o presidente.
Questionado pelos jornalistas quanto a situação do crack no
campo, Ziulkoski explicou que a área rural abriga cerca de 20 milhões de
pessoas. “Como ja divulgamos na primeira pesquisa, as informações que
temos dessas áreas é que o crack também está sendo fortemente usado. Em
algumas regiões canavieiras, foi constatado que operários que colhem a
cana de forma manual, ganham pedras de crack, pois produzem em duas
horas, o que uma pessoa sem a droga produz em um dia”, revela.
Ele ainda ressalta que o caso se agrava nas escolas municipais
pois não há policiamento nas periferias e existem casos sérios de
violência nos Municípios. “Não há prevenção e nem
tratamento e não temos plano de enfrentamento para isso. Os Municípios
estão assumindo toda essa responsabilidade. Isso recai na prefeitura. Eu
não sei onde vamos parar com essa realidade. Vamos enviar o estudo para
a União, para o Congresso Nacional e para cada parlamentar”, anuncia
Ziulkoski.
Dinheiro para combate as drogas é poucoA
questão dos recursos da Saúde destinados para o financiamento do
combate a droga foi o que mais chamou a atenção do presidente da
entidade. “Estamos monitorando os orçamentos desde 2007. Em 2010 a União anunciou R$ 124 milhões e em um ano inteiro de combate as drogas só foram empenhados R$ 5 milhões. Em 2011, a execução baixou de R$ 124 milhões para R$ 33 milhões e até 31 de outubro só foram executados cerca de R$ 4 milhões”, informa.
Questionado sobre soluções para resolver o problema, o presidente lembrou que a entidade deve apresentar sugestões “Temos
indicativos de como fazer esse enfrentamento, mas para isso precisamos
formar uma estrutura, definir o que compete a União, aos Estados e aos
Municípios. Isso é a federação, definir competências e atribuições e que
se possa cobrar de cada um. Mas temos que ter os recursos”, conclui
Ziulkoski.
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ass. Angelo Roncalli
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