FONTE: Estado de Minas
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Amanda Almeida
Publicação: 05/02/2012 07:20 Atualização: 05/02/2012 07:28
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Entre 2007 e 2011, foram pagos R$ 6,5
bilhões em obras mineiras do PAC, mas R$ 3 bilhões eram os “atrasados”
restos a pagar. O presidente da AMM, Ângelo Roncalli, reclama que a
prática já se tornou “tradição” na União e que os prefeitos nunca sabem o
que realmente terão para investir em obras. “Esta é uma reclamação que
já está se tornando recorrente: precisamos que a União prometa o que
realmente pode cumprir. Como podemos nos planejar? Como explicar para a
população que o prefeito anunciou o recurso, mas ele não chegou?”,
questiona. Ataíde Ramos, morador de Caeté, reclama do mau cheiro que vem do córrego na época da seca |
Apesar
de os números do governo federal apontarem uma execução orçamentária de
76% nos cinco anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em
Minas, a Associação Mineira dos Municípios (AMM) diz que, se por um lado
grandes obras para o estado “puxam” o percentual para cima, por outro,
as cidades continuam de pires na mão à espera de recursos. Levantamento
da entidade, com base em 106 convênios firmados pelos ministérios da
Saúde e das Cidades em 2009 e 2010 com municípios, mostra que apenas 25%
dos valores prometidos foram efetivamente pagos.
Os convênios fazem parte do PAC e, juntos,
somam R$ 99 milhões. Mas, em dois anos, apenas R$ 24 milhões chegaram
aos prefeitos. “É uma situação vexatória. A média das execuções de
programas dos governos federais fica sempre abaixo da expectativa”,
lamenta o superintendente-geral da AMM, Gustavo Persichini. Outro
problema apontado pela entidade é o gasto com restos a pagar. Quase
metade dos repasses do orçamento da União, em Minas, nos cinco anos de
PAC, foi em valores prometidos para anos anteriores. Em outras palavras,
o governo federal tem arrastado o que se compromete a pagar no
exercício fiscal anual.
Entre 2007 e 2011, foram pagos R$ 6,5
bilhões em obras mineiras do PAC, mas R$ 3 bilhões eram os “atrasados”
restos a pagar. O presidente da AMM, Ângelo Roncalli, reclama que a
prática já se tornou “tradição” na União e que os prefeitos nunca sabem o
que realmente terão para investir em obras. “Esta é uma reclamação que
já está se tornando recorrente: precisamos que a União prometa o que
realmente pode cumprir. Como podemos nos planejar? Como explicar para a
população que o prefeito anunciou o recurso, mas ele não chegou?”,
questiona.
Mayre Souza, da mesma cidade, comemora a inauguração de um galpão de triagem para catadores de papel |
Nos
dados do governo federal, o menor percentual de execução no PAC, que
deixará restos a pagar, é o do Programa de Descentralização dos Sistemas
de Transporte Ferroviário Urbano de Passageiros. Apenas 39,4% do total
previsto para o estado em cinco anos foram efetivamente pagos. Outro em
ritmo lento é o Programa de Drenagem Urbana e Controle de Erosão
Marítima e Fluvial. Importante para cidades que sofrem com as chuvas –
já são 221 municípios mineiros em estado de emergência este ano –,
também teve execução abaixo da metade (47%).
Dois lados
Em
cinco anos de PAC, apesar de ter programas com baixa execução em seu
guarda-chuva, Minas foi o nono estado com melhor execução de seus
programas (veja quadro). Na Grande BH, Caeté vive duas situações em
relação às obras do PAC. Prestes a inaugurar um galpão de triagem para
catadores de papel, o município aguarda ansiosamente a retomada da
construção de uma estação de tratamento de esgoto (ETE), parada há mais
de um ano.
A expectativa dos moradores de Caeté pela ETE, que já
teria custado R$ 18 milhões aos cofres públicos, é explicada em número.
Hoje, apenas 5% do município têm rede de esgoto. Pronta, a ETE atenderá a
100% das residências. “Quando vem a seca, o cheiro do nosso córrego
toma toda a cidade”, reclama o aposentado Ataíde Santos Ramos, de 67
anos.
A empresa que tocava a obra, a EGC Construtora e Obras,
decretou falência há mais de um ano e, desde então, a construção está
parada. Agora, além da falta de tratamento do esgoto, os moradores têm
de enfrentar a ameaça da dengue, já que os grandes reservatórios
acumulam água parada da chuva.
Em outra ponta, os catadores de
papel da cidade estão prestes a comemorar a inauguração de um galpão de
triagem, marcada para a primeira quinzena deste mês. Foram R$ 196 mil
gastos na obra, que, segundo eles, trará mais eficiência ao trabalho.
“Vamos ter melhor infraestrutura para a coleta seletiva, o que permitirá
que mais catadores trabalhem”, diz a catadora Mayre Rose Souza, de 33.
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ass. Angelo Roncalli
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