Conselho Nacional de Saúde critica governo por corte no orçamento do Ministério da Saúde
16/02/2012 - 21h12
Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
“A equipe econômica do governo federal propõe, agora, um
contingenciamento da ordem de R$ 5,4 bilhões no já restrito orçamento do
Ministério da Saúde. O mais curioso é o argumento de que o
contingenciamento visa a favorecer o crescimento econômico do país. Ora,
a saúde é um importante setor econômico, representando cerca de 9% do
PIB [Produto Interno Bruto], e muito tem contribuído para o
desenvolvimento nacional, ao movimentar um potente mercado de bens e
serviços e a assegurar milhões de empregos”, diz a carta aprovada pelo
conselho, formado por representantes dos usuários do Sistema Único de
Saúde (SUS), trabalhadores, prestadores de serviço e gestores.
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
Brasília – O Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou carta criticando o
governo federal pelo corte de R$ 55 bilhões no Orçamento Geral da
União, anunciado ontem (15) pela equipe econômica, especialmente o
contingenciamento dos recursos do Ministério da Saúde. O documento é
direcionado à presidenta Dilma Rousseff, por meio do qual os
conselheiros reclamam do corte de R$ 5,4 bilhões nos cofres da saúde.
Os conselheiros se dizem indignados pelo fato de que parte
significativa do Orçamento federal tenha como destino o pagamento de
juros e da dívida pública. “O que mais provoca indignação na proposição
do contingenciamento dos recursos da saúde é a verificação de que a LOA
2012 [Lei Orçamentária Anual] prevê destinar R$ 655 bilhões ou 30% do
Orçamento federal de 2012 ao refinanciamento e ao pagamento de juros e
amortizações da dívida pública, mais de nove vezes o valor previsto para
a saúde”.
No final da carta, o conselho pede à presidenta Dilma Rousseff que
reverta o corte na pasta da Saúde. “O Conselho Nacional de Saúde se
manifesta publicamente, solicitando à presidenta Dilma que, atenta a
seus compromissos de campanha, priorize a saúde e não proceda o
contingenciamento das verbas previstas para o orçamento do Ministério da
Saúde”.
A Saúde foi uma das pastas mais afetadas pelo contingenciamento de R$
55 bilhões no Orçamento da União. O recursos do ministério caíram de R$
77,5 bilhões, aprovados pelo Congresso Nacional, para R$ 72,1 bilhões. O
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, preside o CNS, mas não participou
da reunião que aprovou a carta.
Mesmo com o corte, Padilha disse hoje que a pasta terá o maior
orçamento da sua história. “Sabemos que a saúde precisa de mais
recursos, mas, no papel de ministro, tenho que fazer mais com o que nós
temos”, disse, ao participar, nesta quinta-feira, mais cedo, do programa
Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
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ass. Angelo Roncalli
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