Senadores criticam corte de R$ 55 bi no orçamento
16/02/2012 - 20h16
Da Redação / Agência Senado
O
corte de R$ 55 bilhões determinado pelo Executivo no Orçamento
repercutiu negativamente entre senadores da oposição e até da base do
governo. Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Sérgio Souza (PMDB-PR), por exemplo,
compartilharam em seus pronunciamentos indignação quanto ao que
consideram o enfraquecimento do papel do Legislativo na elaboração da
peça orçamentária.
Afinal,
o corte atingiu recursos do Orçamento aprovados pelo Congresso Nacional
por meio de emendas parlamentares. Além disso, a decisão seria prova de
que o orçamento é executado da forma que quer o Executivo, restando aos
senadores e deputados pouco a fazer.
- As
prioridades estipuladas pelos parlamentares no Orçamento não têm nenhum
valor para o governo, nenhum valor, diante do sistema de 'decisionismo',
autoritário, que está instalado no Palácio do Planalto - afirmou o
senador Aloysio Nunes, que disse considerar o Orçamento "uma lei para
inglês ver" e "peça de ficção".
Aloysio Nunes e
Sérgio Souza também dividem a opinião de que a liberação de emendas
parlamentares ao Orçamento incluídas em cortes como anunciado na
quarta-feira (15) é utilizada como moeda de troca pelo governo em
votações importantes. Ou seja, o governo obtém apoio do parlamentar em
troca da liberação da emenda deste, que acaba atingida pelo
contigenciamento.
A ressalva do senador paranaense é de que esta não é uma prática só do governo atual:
-
Esta não é só do governo do PT. E também não foi só do governo do
presidente Fernando Henrique Cardoso. O que deve prevalecer é a vontade
do povo, que elegeu os membros do Legislativo.
A
também governista Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que seu partido
não vê necessidade de um corte tão profundo. Ela explicou que os cortes
atingem R$ 20 bilhões do orçamento da Previdência Social para despesas
obrigatórias, como o pagamento de aposentadorias. Também atinge cerca de
R$ 5,5 bilhões do Ministério da Saúde e R$ 2 bilhões do Ministério da
Educação. O valor contingenciado, observou ela, deverá ser destinado ao
pagamento de juros da dívida pública.
- É mais
uma herança perversa do neoliberalismo que traduz o poder da oligarquia
financeira à qual o governo Lula não renunciou, optando por manter, a
exemplo do câmbio flutuante e da política monetária conservadora que
Dilma promete mudar - criticou.
O
líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), acusou o governo federal
de agir com "cinismo" ao anunciar corte de R$ 55 bilhões e negar que
atingiria a área social. Já o líder do governo, senador Romero Jucá
(PMDB-RR), classificou o contingenciamento de "absolutamente normal".
Lembrou que os cortes são anunciados todos os anos e que o montante
poderá até ser revisto.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que o Poder Executivo "ignora completamente" o Congresso Nacional.
-
Nós temos um Poder Executivo autoritário do ponto de vista fiscal, do
ponto de vista financeiro, do ponto de vista orçamentário. E isso fere
as instituições nacionais - disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo, Obrigado pela participacao!
ass. Angelo Roncalli
Conheça um pouco mais do Blog | Voltar a página inicial