Qui, 29 de Março de 2012 16:14
| Agência CNM
Agência CNMDurante
o primeiro encontro do Comitê de Articulação Federativa (CAF) no
Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira, 29 de março, o
presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo
Ziulkoski, afirmou que ”nenhum Município brasileiro consegue pagar o
Piso Nacional do Magistério”. Ele garantiu que os prefeitos precisam se
inteirar sobre a lei, pois a questão vai muito além de pagar o salário
de R$1.450,00, é preciso pagar os aposentados e os retroativos.
“Queremos mostrar a gravidade do assunto, mais de 90% dos Municípios
gasta o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) com o piso”, alerta.
O impacto do Piso Salarial do Magistério
sobre os orçamentos municipais foi um dos principais temas do encontro
que reuniu presidentes de entidades estaduais, prefeitos, e a ministra
de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, entre outros representantes
do governo. No evento o presidente da CNM apresentou um estudo
preocupante sobre a correção do valor do pivô. “Se o atual critério de
correção do piso continuar até 2013, ele terá um acréscimo de 65%”,
advertiu. Os Municípios estarão arruinados com essa lei, e a grande
maioria dos prefeitos será ficha suja daqui no prazo máximo de três
anos”. Na avaliação de Ziulkoski não existem dois caminhos: ou se cumpre
a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e descumpre o piso, ou cumpre o
piso e descumpre a LRF.
O prefeito de Santa Teresa, Gilson
Amaro, presidente da Associação de Municípios do Estado do Espírito
Santo (Amunes) concordou com Ziulkoski e relatou que não vai conseguir
contratar mais professores para o seu Município com o novo valor do
piso.
Agência CNMZiulkoski
ainda chama a atenção sobre o problema da complementação que nunca
chega aos Municípios. “Desde 2010, 10% dos 10% da complementação federal
ao Fundeb são retirados para o piso e deveriam beneficiar 1.755
Municípios de nove estados, mas esses recursos não chegam”. E preocupado
acrescenta que em 2010 foram investidos R$ 31 bilhões na folha de
pagamento comprometendo 72% do Fundeb, apenas na remuneração dos
professores. “Cerca de 800 Municípios comprometeram 100% do Fundeb com
pagamento do piso. Isso está liquidando a educação no país”, avisa o
presidente que mais uma vez pediu um posicionamento do Ministério da
Educação sobre o assunto.
Dinheiro retido
O contingenciamento dos Restos a Pagar e
Seus Reflexos para o Encerramento dos Mandatos dos Prefeitos também foi
um dos assuntos debatidos na tarde desta quarta. Em 2012, o governo
transferiu R$ 167 bilhões em despesas pendentes de realização e houve um
contingenciamento de R$ 35 bilhões de emendas no orçamento geral da
União, lembra. O presidente da CNM reitera que “as emendas parlamentares
são o maior problema desse país”.
Para tratar da questão dos restos a
pagar, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, respondeu a
diversas perguntas dos prefeitos presentes. Ziulkoski finalizou chamando
a atenção para a importância do Comitê que é uma conquista da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. “É o meio de comunicação com o governo”, conclui.
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ass. Angelo Roncalli
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