Divulgação/Seds / FONTE: Agência Minas
Secretário de Defesa Social, Lafayette de Andrada, assinou o termo
RIBEIRÃO
DAS NEVES (13/10/11) - Minas Gerais é o primeiro estado do país a
produzir peixes dentro de uma unidade prisional. A iniciativa, que
começa pelo Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves,
beneficiará não só os presos, mas também a comunidade, já que os peixes
criados no açude da unidade serão doados para instituições como escolas,
creches e asilos. Os detentos que participam do projeto estão sendo
capacitados em piscicultura pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG).
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A atividade foi viabilizada por um Termo de Cooperação Técnica (TCT) assinado, nesta quinta-feira (13), pelo secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada,
pelo superintendente federal do Ministério da Pesca e Aquicultura,
Wagner Benevides, e pelo diretor da Escola de Veterinária da UFMG, José
Aurélio Garcia Bergmann.
A criação de tilápias já acontece na Dutra Ladeira, como projeto
piloto, desde julho deste ano, quando 1500 alevinos - filhotes de peixes
logo após o nascimento - foram colocados no açude da unidade. Na semana
passada, outra remessa com a mesma quantidade de peixes foi depositada
no local.
Dênis Ferreira Sinfrônio, de 30 anos, é um dos presos que foi
selecionado pela Comissão Técnica de Classificação para participar do
curso de piscicultura, que foi ministrado pelo professor da UFMG, Edgar
de Alencar. Ele conta que aprendeu como tratar os peixes, qual ração
utilizar em cada fase da vida dos animais e como fazer a higienização do
local. “São coisas que eu não fazia nem ideia. Tive bom comportamento,
apareceu a oportunidade e eu abracei”, conta.
O secretário Lafayette Andrada lembrou que Minas Gerais já
ultrapassou a marca de 10 mil presos trabalhando, em um universo de 25
mil detentos condenados, para os quais a Lei de Execução Penal prevê o
envolvimento em atividades profissionais. “Minas Gerais é o Estado que
mais investe na ressocialização. Existem unidades que fabricam
componentes eletrônicos, peças de crochê para exportação, bolas de
futebol, entre outros. Continuamos trabalhando firme na ressocialização e
humanização do sistema prisional”, declarou.
Pelo trabalho, os presos recebem remissão da pena em um dia a cada
três trabalhados. A partir da assinatura do TCT, que tem vigência de
três anos, ocorrerão outras capacitações e haverá acompanhamento mensal
das atividades por alunos do curso de veterinária, orientados pelo
professor. “A Universidade está aqui fazendo algo que também é de sua
competência, que é a extensão, o treinamento a um setor da nossa
sociedade que é tão carente disso. As parcerias da UFMG com a Seds e o
Ministério da Pesca tendem a se fortalecer”, disse o diretor da Escola
de Veterinária.
Doação
Quando os peixes estiverem adultos, pesando entre 800gr e 1,2kg, eles serão doados a instituições indicadas pelo Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea/MG),
órgão colegiado de interação do Governo do Estado com a sociedade
civil, que tem o objetivo de propor e monitorar políticas de segurança
alimentar e nutricional sustentável no Estado. “Achei uma ótima ideia.
Eu fico contente em saber que estou cuidando de peixes que vão ser
doados a alguém que precisa”, disse Dênis Sinfrônio. Em média, os peixes
demoram cerca de seis meses para chegar a esse peso.
A ideia é que outras unidades que têm açude (por exemplo, a
Penitenciária José Maria Alkmin e o Presídio Feminino José Abranches
Gonçalves, em Ribeirão das Neves, e o Presídio de Teófilo Otoni) também
recebam alevinos e, assim, outras instituições possam ser beneficiadas.
Parceria
Na ocasião também foi assinado um Termo de Cooperação Técnica entre a
Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e a Secretaria de Estado
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), para regulamentar a
assistência técnica oferecida às unidades prisionais que desenvolvem
atividades como horticultura e criação de animais.
Na prática, órgãos como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), a Fundação Rural Mineira
(Ruralminas), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), já prestam assistência a
unidades prisionais.
O objetivo do TCT é formalizar e ampliar esse processo, com foco
inicial em sete unidades prisionais que têm espaço abundante para
produção agropecuária: Presídio Antônio Dutra Ladeira (Ribeirão das
Neves), Penitenciária José Maria Alkimin (Ribeirão das Neves),
Penitenciária de Teófilo Otoni, Penitenciária Francisco Floriano de
Paula (Governador Valadares), Penitenciária Agostinho Oliveira Junior
(Unaí), Presídio Professor Jacy de Assis (Uberlândia) e Presídio de
Araguari.
“Estamos cumprindo aquilo que é uma importante diretriz do Governo do
Estado, que é trabalharmos em rede, buscando articulação entre os
órgãos”, explicou o secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento de Minas Gerais, Paulo Afonso Romano.
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