Sem consenso na Câmara, votação do novo Código Florestal deve ficar para 2012
13/12/2011 - 14h05
Priscilla Mazenotti*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
*Colaborou Renata Giraldi // Edição: Lílian Beraldo
Brasília – Sem acordo sobre o texto do novo Código Florestal, deputados
de várias legendas se reuniram hoje (13) na Câmara para debater o
assunto. Há uma semana na Casa, ainda não há consenso sobre o nome do
relator. Nas discussões de hoje (13), os parlamentares sinalizaram que o
assunto só entrará na pauta da Câmara em 2012.
COMPARTILHE:
..............................................................................................
.......................................................
O novo Código Florestal retornou à Câmara no último dia 6, depois de
aprovado pelo Senado. A Câmara deverá analisar as alterações feitas
pelos senadores, podendo, inclusive, suprimir as alterações e mandar
para sanção presidencial o texto originalmente aprovado pelos deputados.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) reiterou suas críticas ao texto
do novo Código Florestal aprovado pelo Senado. Para o deputado, os
produtores rurais terão de enfrentar “altos custos” para regularizar
suas propriedades e inscrevê-las no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O
que, segundo ele, torna “impraticável” a aplicação da nova lei.
“O custo da recomposição ambiental é, em média, mais de R$ 5 mil por
hectare. O valor bruto de produção agrícola no Brasil é R$ 162 bilhões.
Haverá perda de receita anual para termos de recompor”, disse Caiado,
que integrou a mesa redonda cujo texto do código foi assunto principal.
“Como o cidadão vai arcar com o custo de implantar isso? E agora, com a
exigência do CAR, o custo deverá triplicar”, acrescentou.
O deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) disse ainda que o texto do novo
Código Florestal poderá prejudicar a agricultura e a pecuária do país.
“Nós plantamos 56 milhões de hectares e temos mais 170 milhões de
pecuária. É absolutamente inviável termos que recuperar 65 milhões de
hectares e ainda assim continuarmos produzindo. O Brasil, os estados e
os municípios precisam saber desse impacto”, disse.
Sem acordo entre os líderes partidários para a escolha do relator do
texto na Câmara, Colatto disse que a decisão deve ser rápida, para que
haja tempo para a discussão, embora reconheça que não há pressa na
tramitação do assunto na Casa. No que depender de Colatto o nome deve
sair do PMDB. “Acho que o nome deve ser preferencialmente do PMDB, meu
partido, e que tenha participado das discussões na Casa”, disse.
Segundo o deputado, o ideal é que os parlamentares se unam e
elaborem o que chamou de “grande emendão”, referindo-se a uma proposta
complementar ao texto já aprovado no Senado. A sugestão de um “emendão”
foi apoiada por outros parlamentares. O deputado Moreira Mendes (PSD-RO)
concordou com Colatto: “O que for de consenso, podemos fazer um
'emendão' para negociar com o relator. Mas antes precisamos conhecer o
relator”.
Mendes, no entanto, discordou das críticas de Caiado. Segundo ele,
os números apresentados pelo parlamentar do DEM levam em conta a atual
legislação e não a legislação do novo código que entrará em vigor depois
de aprovado pela Câmara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo, Obrigado pela participacao!
ass. Angelo Roncalli
Conheça um pouco mais do Blog | Voltar a página inicial