18h38m - 03 de Abril de 2012
Atualizado em 04h56m
AGÊNCIA MINAS
Série histórica demonstra tendência de elevação da proficiência média dos estudantes do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio
...
Os resultados da última edição (2011) do Programa de Avaliação da Rede
Pública de Educação Básica (Proeb) revelaram uma pequena redução nos
índices de proficiência média em Língua Portuguesa e Matemática para os
níveis avaliados. Entretanto, os dados da série histórica – a
metodologia de avaliação do Proeb foi consolidada em Minas Gerais a
partir de 2006 – demonstram tendência de elevação da proficiência dos
alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino
médio em Língua Portuguesa e Matemática.
Comparados com os resultados do Proeb 2010, houve redução dos índices
de proficiência média em Língua Portuguesa e em Matemática da rede
estadual para os três níveis avaliados (5º e 9º ano do ensino
fundamental e 3º ano do ensino médio). O comportamento verificado na
rede estadual também foi percebido nas redes municipais do Estado de
Minas Gerais. As avaliações do Proeb foram aplicadas de 21 a 25 de
novembro de 2011.
De acordo com a secretária-adjunta de Educação, Maria Céres Pimenta
Spínola Castro, não é possível apontar uma única causa para esse
resultado. Segundo ela, “a realidade é complexa e seguramente um
conjunto de fatores pode ter influenciado os resultados”. No entanto, a
secretária-adjunta de Educação destaca que o resultado alcançado em 2011
não alterna a tendência de crescimento verificada nos últimos anos.
Se houve uma retração dos índices da proficiência média, também foram
registrados avanços importantes em regiões e escolas em todo o Estado.
“Temos escolas, por exemplo, em que os níveis recomendados de
proficiência, em Português e Matemática, no 5º ano do ensino médio foram
alcançados por todos os alunos, como nos municípios de Centralina,
Igarapé e São Sebastião do Paraíso”, destaca a secretária-adjunta de
Educação. “Há avanços importantes registrados também no 9º ano do ensino
fundamental e no 3º ano do ensino médio”, completa Maria Céres.
Em setenta (70) escolas, a elevação dos índices no 5º ano do ensino
fundamental foi superior a 25 pontos; em vinte e cinco (25) do 9º ano do
ensino fundamental a elevação foi igual ou superior aos 25 pontos; e em
dezenove (19) escolas do ensino médio a elevação atingiu patamares
similares na comparação dos resultados de 2011 e 2010. Os 25 pontos
significam um grande avanço, pois representam 5% da escala do teste, o
que em outras palavras, vai de 0 a 500 pontos.
Resultados do 5º ano ensino fundamental
Considerando a série histórica 2006-2011, verifica-se a tendência de
consolidação dos níveis de proficiência no 5º ano do ensino fundamental
em Língua Portuguesa e Matemática. Por exemplo, em 2006, o desempenho
dos alunos do 5º ano em Língua Portuguesa era de 190 pontos. Em 2011,
esse desempenho atingiu a marca de 214,4 pontos. Ou seja, houve uma
evolução de 24,4 pontos e a diferença entre o nível recomendado de
proficiência (225 pontos) e o desempenho verificado é, hoje, de 11
pontos.
Em Matemática, o índice médio de proficiência verificado no Proeb
ultrapassou o nível recomendado. Em 2006, ela era de 196,5 pontos; em
2011, chegou a 232,9 pontos, superando em 7,9 pontos o nível recomendado
de proficiência (225 pontos). Cabe ressaltar que em seis anos
registrou-se uma evolução de 36, 4 pontos no índice.
Resultados do 9º ano do ensino fundamental
A mesma tendência de consolidação verificada em relação ao 5º ano do
ensino fundamental deve ser estendida ao 9º ano. Em 2006, em Língua
Portuguesa, a proficiência média atingiu os 242,7 pontos. Em 2011, o
resultado foi de 253,9 pontos. Houve uma evolução de 11,2 pontos,
reduzindo em 1/3 a diferença em relação ao nível recomendado (275
pontos).
Em relação à Matemática, a evolução foi ainda maior. Em seis anos, a
proficiência média saltou de 246,3 pontos (2006) para 264,02 pontos
(2011), reduzindo a diferença em relação ao patamar inicial do nível
recomendado de proficiência (300 pontos).
Resultados do 3º ano do ensino médio
O desempenho dos estudantes do 3º ano do ensino médio no Proeb 2011
reforça a importância da reconfiguração deste nível de ensino e confirma
o acerto das estratégias adotadas de forma pioneira pelo Governo de
Minas (vide acima referências aos projetos Reinventando o Ensino Médio e Minas Presente na Escola).
Em Língua Portuguesa, a proficiência média dos alunos desse nível de
estudo passou de 267,6 pontos (2006) para 271,4 pontos. A diferença
entre o nível atual de letramento e o nível recomendado está em 28,6
pontos.
A proficiência média em Matemática era, em 2006, de 274 pontos e
passou, em 2011, para 284,7 pontos. Mesmo tendo avançado 10,07 pontos
nos seis anos, esse nível de ensino é o único do Estado que se encontra
abaixo no nível intermediário.
Programas e ações do Governo de Minas visam melhorar a qualidade do ensino
As avaliações nacionais apontam Minas Gerais como referência em
educação básica no Brasil. O Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb), por exemplo, coloca Minas nas primeiras posições entre os
estados do país. No 5º ano do ensino fundamental, o Estado está na
primeira colocação e no 9º ano, na terceira. No ensino médio, Minas está
entre os três melhores do país.
Mesmo diante dos dados do Ideb, o governo mineiro reconhece que há
avanços significativos a serem conquistados e incorporados. Por isso,
alguns projetos e ações já estão sendo desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Educação.
O Programa de Intervenção Pedagógica (PIP), experiência que modificou a
realidade dos anos iniciais do ensino fundamental, foi expandido para
os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). A expectativa é que
os bons resultados conquistados nos anos iniciais do ensino fundamental
também sejam alcançados nos anos finais. A edição de 2011 do Programa
de Avaliação da Alfabetização (Proalfa) indicou que atualmente 88,9% dos
alunos da rede estadual mineira têm o nível adequado de letramento
(capacidade de ler e interpretar textos) – quase o dobro do índice
registrado em 2006, primeiro ano em que o Proalfa foi realizado.
Desafios do ensino médio
Em relação ao ensino médio, o desafio é ainda maior. De acordo com Relatório da Unesco,
esse estágio da escolaridade merece alta prioridade e seus objetivos e
funções devem ser redefinidos para o Século XXI. A orientação do órgão
das Nações Unidas é ofertar “uma melhor qualidade e maior diversidade
dos serviços oferecidos (...), bem como uma capacidade ampliada de
corresponder às necessidades e às circunstâncias dos alunos”. Outra
recomendação da Unesco é a de envolver um esquema de parceria entre os
governos e outros provedores (privados, organizações não-governamentais
etc.).
Em Minas Gerais, as recomendações da Unesco já estão sendo colocadas em
prática. Está sendo desenvolvido em 11 escolas da região Norte o Reinventando o Ensino Médio,
que prevê uma maior articulação entre os conhecimentos ministrados e a
criação de oportunidades para os jovens. O foco é a criação de áreas de
empregabilidade. Em relação à efetivação de parcerias estratégicas, foi
lançado, no final de março, o programa Minas Presente na Escola, iniciativa
queassegura alternativas para a efetivação de inúmeras possibilidades
de colaboração entre o poder público e outras instituições e entidades.
Outra estratégia adotada em Minas é a formação continuada dos
profissionais da educação. Este objetivo está sendo perseguido através
da Magistra,
escola de desenvolvimento profissional, inaugurada no inicio deste ano.
A Magistra está promovendo a capacitação permanente dos profissionais
da educação, garantindo melhores condições para a prática do magistério.
Avaliação externa e com caráter universal
O programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica tem por
objetivo avaliar as escolas da rede pública (municipais e estaduais), no
que concerne às habilidades e competências desenvolvidas em Língua
Portuguesa e Matemática. O Proeb avalia alunos do 5º e 9º anos do Ensino
Fundamental e 3º ano do Ensino Médio.
A escala de proficiência em Português avalia a capacidade do aluno de
ler e interpretar informações presentes em diferentes formatos de texto,
seja uma notícia, seja um texto dissertativo ou uma poesia. Em
Matemática, a escala mede a capacidade do aluno de desenvolver o
raciocínio lógico e o pensamento algébrico, ou seja, a capacidade de
resolver operações e equações matemáticas. O grau de complexidade da
escala varia de acordo com o nível de escolaridade do estudante.
O Proeb integra o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública
(Simave), da Secretaria de Estado de Educação (SEE), responsável pelas
avaliações de desempenho em larga escala na rede pública de ensino de
Minas Gerais. O exame é realizado pelo Centro de Políticas Públicas e
Avaliação da Educação (Caed) da Universidade Federal de Juiz de Fora. É
uma avaliação externa universal, aplicada em todas as escolas públicas
de Minas Gerais, urbanas e rurais, para todos os alunos dos 5º e 9º anos
do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio nas disciplinas de
Língua Portuguesa e Matemática. Os resultados são utilizados como
ferramenta pedagógica em todas as escolas estaduais.
A metodologia utilizada permite comparações com o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (Saeb), avaliação amostral, e com a Prova
Brasil, ambas promovidas pelo MEC. Para subsidiar as políticas de
intervenção pedagógicas, o Proeb passou a ser anual a partir de 2006. A
informação é produzida para o conjunto de alunos de cada unidade
escolar. Os resultados do Proeb focalizam a escola e fornecem
informações para cada unidade de ensino que recebe um boletim com a
análise pedagógica dos seus resultados, auxiliando os gestores escolares
na construção do seu plano pedagógico.
Em 2011, o índice médio de participação dos estudantes (5º ano e 9º ano
do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio) da rede estadual nos
exames de proficiência em Língua Portuguesa foi de 85,67% e de 85% e
Matemática. Nas redes municipais (soma das redes de todos os municípios
mineiros), o índice médio para Língua Portuguesa foi 87,86% e para
Matemática foi de 87,49%.
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ass. Angelo Roncalli
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