11/10/2011 / FONTE: A.M.M
O
governo pretende alterar parte da regulamentação da Lei de
Responsabilidade Fiscal com o objetivo de facilitar o crédito para
Estados e, principalmente, municípios. A principal
inovação é permitir que governos estaduais e prefeituras com dívidas em
atraso com instituições financeiras possam renegociar prazos e juros da
operação.
Pela legislação atual, os inadimplentes
ficam impedidos de tomar novos empréstimos e financiamentos. Como a
renegociação é considerada um novo crédito, ela também é proibida. No
final da semana passada, o líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), apresentou uma proposta com as mudanças à CAE (Comissão de
Assuntos Econômicos) da Casa. Muitos partidos ainda não analisaram o
texto, e a votação deve ocorrer apenas a partir da próxima semana.
Segundo
a assessoria de Jucá, o texto foi elaborado em acordo com a Secretaria
do Tesouro Nacional, a partir de entendimento entre a União e os
governos regionais. Por esse relato, o alvo principal da medida são
prefeituras de pequeno e médio porte, que têm obstáculos para financiar
seus investimentos. O texto em tramitação também facilita a
regularização de empréstimos acertados antes da LRF, de 2011.
A
Folha procurou o Tesouro para obter mais informações sobre o objetivo e
os beneficiários das mudanças, mas não obteve resposta até a conclusão
desta edição. "Em razão do crescimento da economia, da melhoria da
situação fiscal dos entes subnacionais e da consequente retomada dos
investimentos públicos, o número de operações de crédito tem se elevado
significativamente, o que vem demandando a racionalização ou mesmo
simplificação de alguns procedimentos", argumenta o parecer que
acompanha a proposta.
A
proposta original, do senador Casildo Maldaner (PMDB-SC), previa a
permissão para a tomada de empréstimos acima do limite de 16% da receita
fixado na LRF. Jucá, a quem coube relatar o projeto, apontou que uma
resolução não poderia contrariar a lei, mas a proposta de permitir as
renegociações com os bancos foi mantida. Se aprovada, a medida não terá
de passar pela Câmara, nem ir à sanção presidencial.
Fonte: Folha.com
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