ESPECIAL
01/12/2011 - 17h11
01/12/2011 - 17h11
Código Florestal: regularização de atividades existentes até 2008 deve voltar à discussão
A
adoção da data de 22 de julho de 2008 como marco para definir área
rural consolidada é um dos aspectos mais polêmicos do novo Código
Florestal (PLC 30/2011)
e deve voltar à discussão na próxima terça-feira (6) em Plenário. Para o
senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que deverá apresentar pelo menos
19 emendas ao texto, a possibilidade de regularização de atividades
existentes até essa data significa anistia aos desmatadores.
A
data coincide com a publicação do Decreto 6.514/2008, que define penas
para crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998).
Outros senadores, como Eduardo Braga (PMDB-AM) e Aloysio Nunes
(PSDB-SP), também questionaram a data quando da tramitação da matéria
nas comissões permanentes. Aloysio Nunes chegou a apresentar emenda na
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para alterar o marco
temporal para 2001, ano da última atualização de norma sobre uso de
área protegida (Medida Provisória 2.166-67/2001), mas a sugestão foi rejeitada.
Randolfe
também fará propostas para impedir a redução de área de reserva legal
na Amazônia; para ampliar a exigência de recuperação de mata no entorno
de nascentes, e uma terceira para suprimir o capítulo que trata da
regularização de atividades consolidadas em áreas de preservação. O
parlamentar informou que as mudanças sugeridas por ele contam com o
apoio dos senadores João Capiberibe (PSB-AP), Lindbergh Farias (PT-RJ),
Paulo Davim (PV-RN) e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Mais rigor
O
senador Demóstenes Torres (DEM-GO) também pretende apresentar duas
emendas ao projeto. Em uma delas, o parlamentar propõe modificar a Lei
de Crimes Ambientais, de modo a aumentar as penas para quem desmatar
APPs e outras áreas protegidas.
Com a outra
emenda, Demóstenes quer abolir a possibilidade de áreas declaradas como
de 'interesse social' serem consideradas de preservação permanente por
ato do Poder Executivo. A possibilidade, prevista no projeto, abriria
brecha para o surgimento de uma "indústria" de áreas protegidas, na
opinião do senador.
Iara Guimarães Altafin / Agência Senado
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