Política econômica dos últimos anos protege Brasil da crise internacional, diz Lagarde
01/12/2011 - 17h30
Luciene Cruz e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Como resultado da política econômica dos últimos anos, o
Brasil é um dos países mais preparados para enfrentar o agravamento da
crise internacional, disse hoje (1º) a diretora gerente do Fundo
Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. Em entrevista à
imprensa junto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ela declarou
que o Brasil está protegido pelos fundamentos macroeconômicos.
“Nenhum país pode estar totalmente imune à crise, mas alguns estão
mais bem preparados que outros. Na nossa visão [do FMI], o Brasil está
mais protegido do que qualquer outro país por causa da força do mercado
interno e de boas políticas financeiras e macroeconômicas”, destacou.
Para Lagarde, os três pilares que regem a política econômica
brasileira desde o fim da década de 1990 – metas de inflação, câmbio
flutuante e responsabilidade fiscal – garantem a robustez do país neste
momento de turbulências econômicas internacionais. “O Brasil passou por
um histórico de crises e reconstrução e hoje tem um sistema financeiro
capitalizado e uma economia sólida”, disse.
No encontro, foi discutida a situação econômica internacional e
eventuais aportes que os países terão de fazer ao FMI para ampliar a
capacidade de o Fundo ajudar países em dificuldade. O ministro da
Fazenda ressaltou que esta foi a primeira vez que um dirigente do FMI
vem ao Brasil pedir recursos, apesar de as negociações com os países
emergentes se estenderem há meses.
“Desta vez, o FMI não veio trazer dinheiro, mas pedir dinheiro para o
Brasil emprestar a países avançados. Prefiro ser credor a devedor”,
destacou Mantega. Apesar de ter se comprometido a ajudar o FMI, o
ministro defendeu que o aporte seja feito por meio de acordos diretos
entre o Fundo e o país. Ele, no entanto, não especificou o montante que o
Brasil pode emprestar.
Pela manhã, Lagarde encontrou-se com a presidenta Dilma Rousseff.
Ela almoçou com Mantega e, no momento, está reunida com o presidente do
Banco Central, Alexandre Tombini.
Edição: Aécio Amado
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