ORÇAMENTO
19/12/2011 - 17h36
19/12/2011 - 17h36
Paulo Sérgio Vasco / Agência Senado
Não
foi possível conciliar interesses para garantir reajuste salarial ao
Judiciário e a outras carreiras do funcionalismo em 2012. Qualquer
acordo para a concessão dos aumentos dependerá de decisão coletiva dos
parlamentares nas próximas votações do relatório final da proposta
orçamentária na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização (CMO), na quarta-feira (21), e no Plenário do Congresso
Nacional, no dia 22 (quinta-feira). O Legislativo entra em recesso no
dia 23.
O relatório final do Orçamento de 2012
foi entregue nesta segunda-feira (19) pelo deputado Arlindo Chinaglia
(PT-SP) na CMO. Ele lembrou que o relatório preliminar apresentado meses
atrás abria a possibilidade de reajuste no Judiciário.
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- Nunca tive
pretensão de impor negociações. Seria ilusão imaginar que uma pessoa só
teria poder de decidir tema tão delicado - afirmou.
Chinaglia
disse ainda que todas as categorias profissionais do funcionalismo
merecem respeito, mas que, em termos orçamentários, é preciso trabalhar
em consonância com os outros Poderes. O relator disse ainda que os
entendimentos para reajuste futuro de aposentadorias também depende de
negociação no Congresso Nacional.
Alterações
Chinaglia
anunciou ainda que o Orçamento de 2012 terá R$ 21,7 bilhões a mais em
investimentos, o que servirá para aumentar a segurança, manter o nível
de emprego e proteger o país da presente crise internacional.
O
Programa Brasil Sem Miséria terá R$ 2 bilhões a mais, sendo R$ 1 bilhão
adicionado por emenda do relator. Em relação ao programa, Chinaglia
explicou que buscou combinar ações produtivas que fortaleçam o
desenvolvimento do país, especialmente relacionadas aos Ministérios da
Integração Nacional; do Desenvolvimento Agrário; e da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
Saúde, Lei Kandir e salário mínimo
O
relatório também garante R$ 6 bilhões a mais ao Ministério da Saúde,
cuja participação no Orçamento passou para R$ 92,1 bilhões. A verba para
compensar os estados pelas perdas decorrentes da Lei Kandir é de R$ 3,4
bilhões. Também foram reservados R$ 2,2 bilhões para corrigir o salário
mínimo para R$ 622,71 (a proposta original do governo era de R$
619,73). E ainda R$ 3 bilhões para recomposição de cortes em programas
de fornecimento de água no Nordeste e de manutenção de estradas.
O
uso dos recursos adicionais depende de decisão política do governo, que
é forçado a usar apenas os recursos do Orçamento em despesas de cunho
obrigatório, disse Chinaglia.
Participação popular
Segundo
ele, a maior inovação do substitutivo apresentado ao projeto
orçamentário de 2012 são as emendas de emenda de participação popular,
que vão beneficiar 65 milhões de pessoas que residem em municípios de
até 50 mil habitantes.
Na avaliação de
Chinaglia, a adesão a essas emendas foi "fantástica". Dos 4.956
municípios participantes, 3.677 tiveram validadas suas indicações
(74,19%) e escolherão o projeto em que alocar os recursos. Os municípios
cujas indicações não foram validadas receberão recurso para uso
obrigatório em ações básicas de saúde, explicou.
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