05/01/2012 - 12h33
Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
Ao longo do ano, a cesta básica ficou mais cara em 16 das 17 capitais
pesquisadas. A única exceção foi registrada em Natal onde houve queda de
3,38%, com o valor passando para R$ 212,36.
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lílian Beraldo
São Paulo - O conjunto dos itens essenciais à mesa do brasileiro foi
reajustado acima de 10% ao longo do ano passado em três das 17 capitais
onde é feita a Pesquisa Nacional da Cesta Básica pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A maior
alta ocorreu em Vitória (13,8%) com o valor de R$ 275,39, em dezembro
de 2011. A segunda maior elevação foi constatada em Belo Horizonte
(11,75%) onde a cesta básica custava R$ 264,01, seguido por
Florianópolis com alta de 10,2% e valor de R$ 262,44 no último mês de
dezembro.
Na comparação com novembro, o valor da cesta básica no último mês do
ano diminuiu em cinco localidades: Florianópolis (-2,28%); Curitiba
(-1,80%), Porto alegre (-0,99%); Manaus (-0,98%) e Brasília (-0,50%).
Entre as 12 capitais em alta as mais expressivas foram: Goiânia (5,58%);
Vitória (4,35%) e Fortaleza (4,25%).
Com base no maior valor apurado, em dezembro, o Dieese estimou que o
salário mínimo ideal para o trabalhador suprir as necessidades básicas
da família deveria atingir R$ 2.329,35 – 4,27 vezes o mínimo em vigor R$
545. Em dezembro de 2010, o cálculo indicava um mínimo ideal de R$
2.227,53 – o que representava 4,37 vezes o piso daquela época (R$ 510).
Entre os produtos em alta nas 17 capitais ao longo de 2011 estão o
café e o óleo de soja. O Dieese justificou a elevação do café como
consequência da longa estiagem que prejudicou a flora e implicou em
atraso na colheita do grão no mercado interno. Paralelamente, houve
quebra da safra no Vietnã e aumento da demanda nos países asiáticos,
pressionando a cotação no mercado internacional.
Já no caso do óleo de soja, estoques reduzidos, quebra de safra e
consumo elevado na Índia e China provocaram alta do produto. A carne
bovina e o pão francês subiram de preço em 15 localidades. Em relação à
carne, o período favorece os reajustes já que este produto tem maior
consumo durante as festas de final de ano. Além disso, a longa estiagem,
no ano passado, reduziu a oferta de pasto e isso afetou a engorda do
gado.
Também por causa da seca, o Brasil colheu menos trigo, no ano
passado. O país que já é dependente da produção externa deste item teve
de aumentar as importações, onerando o custo das massas em geral que
inclui o pão francês.
Em sentido oposto, caiu a cotação do arroz e do feijão entre 16
capitais no acumulado do ano. Na passagem de novembro para dezembro, o
valor subiu em 15 localidades no caso do feijão e em 11, do arroz. O
fato de ter ciclos mais curtos de produção com três safras, a oferta foi
melhor do que nos demais produtos agrícolas da cesta.
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