29/03/2012 - 16h12
Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Edição: Fábio Massalli
Brasília – Diante da polêmica gerada pela decisão do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) sobre a Lei Seca, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
defendeu hoje (29) que o Congresso Nacional modifique a lei.
"Há uma decisão final e isso faz com que nós tenhamos que, rapidamente,
dialogar com os líderes no Congresso para modificarmos a lei. Se a lei,
da forma que está redigida, não tem condições de atingir a punibilidade
que nós precisamos para esses casos, nós temos que mudar", disse o
ministro.
Entre as mudanças pretendidas pelo governo está retirar da lei a dosagem alcoólica que caracterizaria o crime; permitir que uma pessoa em visível estado de embriaguez possa ser condenada e utilizar como provas depoimentos de testemunhas e filmes. Dessa forma, o ministro acredita que o bafômetro será mais utilizado como forma de provar inocência diante de uma suspeita do que como instrumento de acusação.
Entre as mudanças pretendidas pelo governo está retirar da lei a dosagem alcoólica que caracterizaria o crime; permitir que uma pessoa em visível estado de embriaguez possa ser condenada e utilizar como provas depoimentos de testemunhas e filmes. Dessa forma, o ministro acredita que o bafômetro será mais utilizado como forma de provar inocência diante de uma suspeita do que como instrumento de acusação.
"O bafômetro, que hoje é elemento necessário para a condenação, passará
a ser um instrumento da defesa de uma pessoa que quer demostrar que não
está em estado de embriaguez", acredita o ministro.
Cardozo disse que não considerou uma surpresa a decisão do STJ de
aceitar como provas de embriaguez somente o teste do bafômetro ou o
exame de sangue. "Eu acredito que isso já estava desenhado em decisões
anteriores da Justiça. Foi por essa razão que o Ministério da Justiça se
preocupou e ainda hoje se preocupa em buscar a mudança da lei",
destacou.
"É necessário que agora a lei seja alterada, justamente para que nós
possamos continuar tendo uma ação muito dura em relação àquelas pessoas
que, de forma irresponsável, bebem e dirigem. O Judiciário já se
pronunciou na interpretação que deu a esta lei. Portanto, a partir do
momento que consolida essa interpretação, nós temos que ser ágeis. Temos
que adequar aquilo que nós precisamos a um novo texto legislativo.
Queremos coibir, com muito vigor, o ato de irresponsabilidade, que é o
de beber e dirigir", disse o Ministro.
Cardozo explicou que a maior parte das mudanças que o governo quer na
lei já está em curso em projetos de lei que já tramitam no Congresso.
Essas mudanças, na avaliação do ministro, não devem passar pela reforma
do Código Penal, que envolve muitos temas e pode ser muito mais
demorada.
"São projetos que já estão em curso, porque nós já antevíamos esse
problema. Já estava claro que alguns magistrados interpretavam que o
bafômetro era indispensável para uma condenação. Já no ano passado
iniciamos um processo de discussão com lideranças, tanto da Câmara
quanto do Senado, justamente para viabilizar essa mudança".
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ass. Angelo Roncalli
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