22/03/2012 - 17h25
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
São Paulo – A contratação e nomeação, em cargos públicos do governo do
estado de São Paulo, de pessoas que se encontram inelegíveis nos termos
da Lei da Ficha Limpa, ou seja, que foram condenados em segunda
instância, estão proibidas a partir de hoje (22). A medida foi
instituída com a promulgação da proposta de emenda à Constituição do
estado pela Assembleia Legislativa.
A emenda, de autoria do deputado estadual Orlando Morando (PSDB), foi
aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)
em dois turnos, ontem (21) e, então, promulgada. “A partir de hoje [22],
todo e qualquer funcionário do Executivo, Legislativo e Judiciário,
além do Ministério Público, Defensoria e os reitores, todos terão que
ter ficha limpa sob o critério federal para poderem ser nomeados no
estado de São Paulo”, disse Morando, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o deputado, a aprovação da emenda contempla a exigência da
sociedade para que os políticos e funcionários tenham “probidade
suficiente” para assumir cargos públicos, especialmente os cargos de
confiança. “Não basta os mandatários terem ficha limpa. Aqueles que vão
acompanhar os mandatários também precisam. Ter a ficha limpa não é
virtude, é uma obrigação mínima.”
A emenda constitucional não é retroativa, ou seja, funcionários que
têm a ficha suja não serão demitidos. “Ela não é retroativa porque isso
fere um preceito constitucional do direito adquirido. Não se pode trocar
a regra do jogo depois que ele começa. O cidadão que foi contratado por
um regime, não pode ter esse regime alterado”, explicou. Morando
ressaltou que isso, no entanto, não impede que uma pessoa que já
trabalha como funcionário comissionado possa ser demitida por ter a
ficha suja. Nesse caso, na opinião do deputado, prevalecerá o bom-senso
de quem detém o poder de manter o funcionário no cargo.
Para Morando, o que se espera agora é que os municípios de São Paulo
também passem a exigir a aplicação da Lei Ficha Limpa para seus
funcionários. "Esse não vai ser o único instrumento para acabar com a
corrupção, mas isso torna o agente público mais responsável, mais
criterioso e cuidadoso, promovendo um serviço público mais limpo e mais
honesto", acrescentou.
A Câmara Municipal de São Paulo também aprovou, no início deste mês,
uma emenda à Lei Orgânica do Município estendendo as regras da Lei da
Ficha Limpa aos servidores e agentes públicos municipais.
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ass. Angelo Roncalli
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