17/12/2011 - 12h28
- Meio Ambiente
- Saúde
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
Rio de Janeiro - O país contará com um importante aliado para
combater a dengue no próximo ano. Um bioinseticida desenvolvido pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e fabricado por uma indústria
farmacêutica promete ser divisor de águas na luta contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
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O bioinseticida é resultado de quase dez anos de pesquisas
coordenadas pela cientista Elizabeth Sanches, que trabalha na
Farmanguinhos, unidade da Fiocruz responsável pela produção de
medicamentos. Criado a partir do Bacillus thuringiensis e do Bacillus sphaericus,
ele será produzido na forma de comprimidos, para dissolução em caixas
d'água, ou em apresentações maiores, para utilização em açudes e
reservatórios.
“No caso da dengue domiciliar, é recomendável a utilização do
comprimido hidrossolúvel. O produto tem duas ações concomitantes:
paralisa os músculos da boca e do intestino da larva e causa infecção
generalizada nela”, explicou Elizabeth, engenheira bioquímica e bióloga.
A pesquisadora garantiu que o bioinseticida não apresenta qualquer
risco para o meio ambiente. “Nós fizemos todos os testes referentes a
impacto ambiental e toxicologia da formulação em animais de sangue
quente, inclusive. Temos a segurança dos produtos que desenvolvemos,
justamente por serem aplicados em ambientes domiciliares.
A Farmanguinhos concluiu o treinamento dos funcionários da empresa
BR3, vencedora da licitação e que poderá iniciar a produção dentro de
alguns meses, segundo Elizabeth. “A empresa acabou de ser treinada e
está bem adiantada na implantação do projeto. Eu penso que no meio do
ano que vem nós já tenhamos produtos dessa parceria tecnológica”.
Além do produto contra a dengue, a Farmanguinhos licenciou mais dois
bioinseticidas: contra a malária e contra a elefantíase. A pesquisadora
disse que produtos com ações semelhantes já são utilizados em outros
países, como a China, mas não podem ser simplesmente importados para
aplicação no Brasil: “O produto tem que ser desenvolvido com
especificidade para o local de aplicação. Justamente para podermos
ajustar a formulação para aquele ambiente”.
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ass. Angelo Roncalli
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