COMISSÕES / ASSUNTOS ECONÔMICOS
20/12/2011 - 17h15
20/12/2011 - 17h15
Djalba Lima / Agência Senado
O
Brasil terá, no próximo ano, crescimento econômico maior e inflação
menor do que em 2011, segundo a previsão feita pelo presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini, em audiência pública na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE), nesta terça-feira (20).
Após
atingir o pico no terceiro trimestre deste ano, a inflação acumulada em
12 meses está em queda e "converge para o centro da meta" de 4,5%, na
avaliação de Tombini. A trajetória descendente das taxas vem sendo
registrada há nove semanas.
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O crescimento
brasileiro em 2012, na previsão do presidente do BC, deve superar o
desempenho dos demais países emergentes, atingindo taxas maiores no
segundo semestre do próximo ano. A previsão do mercado é de crescimento
de 3,4% no quarto trimestre de 2012.
Efeitos
Segundo
Tombini, "ações tempestivas de política macroeconômica" estão
minimizando os efeitos da crise internacional na economia do país. Mesmo
diante de um cenário internacional complexo, de acordo com o presidente
do BC, a classificação de risco do Brasil tem sido elevada pelas
agências internacionais.
Também o custo do
financiamento soberano do país, no mercado internacional, é o menor dos
últimos 40 anos. Conforme o presidente do BC, esse custo tem sido menor
inclusive do que o suportado por economias tradicionais da Europa.
Credibilidade
A
credibilidade do país, na avaliação de Tombini, decorre de fatores como
política macroeconômica consistente, sistema financeiro sólido e
"colchões de liquidez".
Um dos pilares dos
"colchões de liquidez", segundo ele, está assentado nas reservas
internacionais, que aumentaram de US$ 205 bilhões, em agosto de 2008,
para R$ 352 bilhões, em dezembro de 2011. Esse crescimento de US$ 147
bilhões, em três anos, contribuiu para a redução das vulnerabilidades do
país, conforme o presidente do BC.
Cenário
Mesmo
diante de resultados considerados positivos, Tombini afirmou que o
Brasil se prepara para momentos de dificuldades na economia global. Ele
apontou vários fatores que devem contribuir para o baixo crescimento nos
próximos anos.
Os Estados Unidos, na avaliação
de Tombini, terão no curto prazo desempenho melhor do que o esperado,
mas ainda enfrentarão entraves estruturais no longo prazo.
Na
chamada Zona do Euro, as negociações políticas avançam, mas ainda
faltam os detalhes e a implementação das medidas, como advertiu.
Por
outro lado, a desaceleração do crescimento econômico da China e as
políticas de combate à inflação nos países emergentes devem completar um
quadro de redução da demanda global.
Audiência
O
comparecimento trimestral do presidente do Banco Central à Comissão de
Assuntos Econômicos, para prestar contas sobre a política monetária, é
previsto em resolução do Senado. A audiência foi presidida pelo
presidente da CAE, senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Tombini
foi questionado pelos senadores Armando Monteiro(PTB-PE), Ana Amélia
(PP-RS), Francisco Dornelles (PP-RJ), Eduardo Suplicy (PT-SP), Sérgio
Souza (PMDB-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ).
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ass. Angelo Roncalli
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