Seg, 27 de Fevereiro de 2012 20:17 | Agência CNM
Raquel Montalvao
O
valor do novo Piso Nacional do Magistério será R$ 1.451 de acordo com
anúncio do Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira, 27 de
fevereiro. A divulgação do mínimo a ser pago aos professores deveria ter
sido feita em janeiro, mas além de a correção, o MEC sinaliza que
Municípios devem pagar os valores devidos aos professores retroativos a
janeiro.
De acordo com estudo da Confederação
Nacional de Municípios (CNM), para a jornada de 40h semanais, o reajuste
representa aumento de 22,22% sobre o valor do ano anterior. O
presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, demonstra preocupação: “o piso
salarial é uma justa reivindicação, mas não pode causar desequilíbrio
nas contas públicas”.
A legislação determina que a atualização
seja calculada a partir do mesmo porcentual de crescimento do valor
mínimo anual por aluno do Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(Fundeb). Na pesquisa da CNM com os Municípios, durante três anos, o
custo adicional só com a folha de pagamento anual será de R$ 1,6 bilhão.
Pesquisa da CNM
O estudo registrou informações até novembro de 2011, e considera os salários do magistério público referentes às diversas jornadas de trabalho dos profissionais com formação em nível médio e superior. Também foi levado em conta que existe cerca de um milhão de funções docentes, entre professores com nível médio e nível superior nas redes municipais em todo país, conforme os dados do Censo Escolar de 2010.
O estudo registrou informações até novembro de 2011, e considera os salários do magistério público referentes às diversas jornadas de trabalho dos profissionais com formação em nível médio e superior. Também foi levado em conta que existe cerca de um milhão de funções docentes, entre professores com nível médio e nível superior nas redes municipais em todo país, conforme os dados do Censo Escolar de 2010.
Ao avaliar as diversidades regionais, a
CNM constatou que o impacto do reajuste será mais trágico na Região
Nordeste, que possui a menor média salarial e tem quantidade razoável de
funções docentes. “O impacto é significativo, pois no julgamento da
constitucionalidade da lei o piso, o STF [Supremo Tribunal Federal] se
referiu apenas aos vencimentos iniciais e a conta considerou também as
eventuais gratificações pagas aos docentes”, explicou Ziulkoski.
GratificaçõesVantagens
recebidas pelos professores, como: adicional tempo de serviço e por
titulação, gratificações de regência de classe ou de atividade do
magistério, de função, de educação especial e difícil acesso geram
custos de 21% adicional ao vencimento inicial piso, em média. Isso foi o
que mostrou a pesquisa da Confederação com os mais de dois mil
Municípios contatadas.
Além da dificuldade que os Municípios
terão para pagar os profissionais da Educação, a CNM também aponta o
agravante da necessidade de contratação, decorrente do limite máximo de
2/3 da jornada para efetivo trabalho. De acordo com a lei, os
professores devem ter a carga citada acima com os estudantes. No
entanto, os alunos têm direito a quatro horas diárias de atividades com
os professores, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB).
Segundo a pesquisa da CNM, as horas
atividades praticadas nos planos de carreira dos Municípios variam entre
0% a 35% da jornada de trabalho do professor. “Apesar de a média desse
percentual ter crescido de 19,4% para 20,8%, de 2009 para 2011, o
impacto para adequação – no que se refere às horas atividades – será
exorbitantes, R$ 3,8 bilhões. Valor que referente a contratação de 195
mil novos profissionais do magistério.
“Os recursos do Fundeb não são suficientes para o pagamento da folha do magistério”, afirma o presidente da CNM, com base nos dados oficiais. De acordo com os dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope), em 2010, 5.396 Municípios investiram R$ 31,7 bilhões com a folha de pagamento. O valor comprometeu 71,6 % do Fundo.
“A União não apoia efetivamente, e os
Municípios empenham, sozinhos, esforços para assegurar o cumprimento da
lei. O novo valar a ser pago evidencia ainda mais a necessidade da
complementação do governo federal ao piso em 2012”, finaliza Ziulkoski.
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