27/03/2012 16:47
Leonardo Prado
Esta foi a segunda reunião do grupo de trabalho coordenado por Zarattini (à esquerda).
A falta de acordo marcou reunião realizada nesta terça-feira (27)
pelo grupo de trabalho da Câmara destinado a analisar a partilha dos
royalties do petróleo (PL 2562/11, do Senado). Na semana passada,
o colegiado havia concordado que estados e municípios produtores não
teriam perdas em suas receitas da exploração do óleo. Segundo o relator
do grupo, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), esse princípio será
mantido, mas ainda não há definição sobre o modelo de distribuição que
será votado em plenário.
O relator afirmou que só chegará ao texto final após reunião com o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o presidente da Câmara, Marco
Maia, em que saberá a data provável de votação da proposta. A
expectativa dele é que isso aconteça até meados de maio.
Propostas
O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) reafirmou hoje uma proposta feita na semana passada que prevê a manutenção dos royalties recebidos hoje pelos estados e municípios produtores, em valores nominais corrigidos pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM). Pela sugestão, o restante desse valor seria dividido entre os estados e municípios não produtores de acordo com os critérios de distribuição dos fundos de participação dos estados e dos municípios.
O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) reafirmou hoje uma proposta feita na semana passada que prevê a manutenção dos royalties recebidos hoje pelos estados e municípios produtores, em valores nominais corrigidos pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM). Pela sugestão, o restante desse valor seria dividido entre os estados e municípios não produtores de acordo com os critérios de distribuição dos fundos de participação dos estados e dos municípios.
Saulo Cruz
Garotinho (à direita) propõe que a arrecadação dos estados produtores seja corrigida pelo IGPM.
O índice de reajuste das verbas dos entes produtores, no entanto,
causou divergências. Para Marcelo Castro (PMDB-PI), por exemplo, a verba
deveria ser atualizada anualmente de acordo com o valor do barril de
petróleo – o que comportaria eventuais quedas de arrecadação. A medida
não foi aceita por Garotinho.
A proposta de Garotinho, no entanto, não foi acolhida pelos seus
próprios companheiros de bancada. Segundo Alessandro Molon (PT-RJ), a
bancada fluminense, pelo menos em sua maioria, não aceita qualquer
mudança nos contratos e nas licitações já feitas. “É uma questão de
segurança jurídica. O País não pode mudar as regras do jogo durante o
jogo”, afirmou.
Molon sugeriu a manutenção dos contratos atuais da forma como estão e
a distribuição dos royalties dos próximos contratos da seguinte forma:
25% para a União, 25% para estados e municípios produtores, 25% para
todos os estados e 25% para todos os municípios. Nestes dois últimos
casos, a partilha também teria por base os critérios dos fundos de
participação de estados e municípios. Para compensar a demora no
recebimento desses royalties, Molon propôs a criação de um fundo de
antecipação de receita de royalties a ser distribuído a partir de 2013.
Ceticismo
Por causa das divergências, os deputados Hugo Leal (PSC-RJ) e Luiz Alberto (PT-BA) chegaram a duvidar da possibilidade de acordo no grupo de trabalho. Para o relator, Carlos Zarattini, contudo, será possível chegar a um consenso. “O princípio de manutenção das receitas dos entes produtores será a base de um acordo. Temos de pensar aqui em um ponto comum que leve em consideração os interesses do País como um todo, não de um ou outro estado”, explicou.
Por causa das divergências, os deputados Hugo Leal (PSC-RJ) e Luiz Alberto (PT-BA) chegaram a duvidar da possibilidade de acordo no grupo de trabalho. Para o relator, Carlos Zarattini, contudo, será possível chegar a um consenso. “O princípio de manutenção das receitas dos entes produtores será a base de um acordo. Temos de pensar aqui em um ponto comum que leve em consideração os interesses do País como um todo, não de um ou outro estado”, explicou.
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