21/03/2012 19:23
Reportagem – Eduardo Piovesan e Janary Júnior
Edição – Pierre Triboli
Beto Oliveira
Plenário encerrou sessão após vários partidos terem decidido obstruir a votação.
Partidos da base aliada e da oposição favoráveis à votação do projeto
de reforma do Código Florestal conseguiram, pelo segundo dia
consecutivo, inviabilizar a apreciação da proposta da Lei Geral da Copa
(PL 2330/11), único item previsto para sessões extraordinárias do Plenário nesta quarta-feira.
O adiamento aconteceu depois que PMDB, PPS, PSD, DEM, PR, PTB, PDT e PSC anunciaram obstrução em Plenário até que o governo concorde em votar o texto do Senado
para o Código Florestal (PL 1876/99). Os deputados favoráveis ao novo
código esvaziaram a sessão, que foi encerrada pelo presidente da Câmara,
Marco Maia, por falta de quórum.
O projeto da Lei Geral da Copa só deverá voltar à pauta na próxima
semana. Nesta quinta-feira (22), haverá sessão plenária às 9h30 para
votar propostas que criam varas no Judiciário (PLs 1828, 1832 e 1835, de 2011).
...
Magalhães Neto: Código Florestal está sendo debatido há mais tempo e precisa ser votado.
Votações vinculadas
A manobra política para adiar a votação da Lei Geral da Copa começou com a apresentação, pelo DEM, de um requerimento de retirada de pauta da matéria. O líder do partido, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que só concordaria em votar a proposta após a definição de uma data de apreciação do novo Código Florestal. Essa reivindicação recebeu apoio de outros líderes partidários.
A manobra política para adiar a votação da Lei Geral da Copa começou com a apresentação, pelo DEM, de um requerimento de retirada de pauta da matéria. O líder do partido, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que só concordaria em votar a proposta após a definição de uma data de apreciação do novo Código Florestal. Essa reivindicação recebeu apoio de outros líderes partidários.
“O Código Florestal está sendo debatido pelo Parlamento há muito mais
tempo do que a Lei Geral. Por que ela tem que ser aprovada de forma
rápida, e pode se deixar em aberto o código?”, questionou Magalhães
Neto.
O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), usou um argumento em
defesa do código que repercutiu entre os deputados. Na visão dele, “mais
importante do que a atividade de um mês no Brasil [Copa do Mundo] é a
atividade perene da agricultura”.
O líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), afirmou que deputados da
oposição estavam chantageando o governo ao vincular a votação das duas
propostas. “Não vamos cair no engodo dos predadores da agricultura.
Vamos votar pelo Brasil, para cumprir o acordo feito [com a Fifa].”
Jilmar Tatto disse que o governo não se recusa a discutir a proposta
ambiental, mas pretende fazer isso apenas “na hora certa”. A crítica
levou o líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE), a anunciar a
obstrução, alegando que faltava ao governo “tato para lidar com o
assunto”.
Beto Oliveira
Chinaglia: governo prosseguirá negociações para votar o código.
Sem conseguir a unidade dos aliados, o líder do governo na Câmara,
deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), liberou a base para a votação do
requerimento, o que não aconteceu por falta de quórum. “O governo quer
votar o código, está buscando, através da liderança, as aproximações
possíveis. A única coisa que podemos oferecer é boa vontade e trabalho”,
disse Chinaglia.
Bebidas nos estádios
Durante a discussão, diversos parlamentares e líderes de partidos anteciparam a posição sobre o projeto da Lei Geral da Copa, a maioria contrária à liberação da venda de bebidas alcoólicas durante os jogos, o ponto mais polêmico do texto que vai ser votado.
Durante a discussão, diversos parlamentares e líderes de partidos anteciparam a posição sobre o projeto da Lei Geral da Copa, a maioria contrária à liberação da venda de bebidas alcoólicas durante os jogos, o ponto mais polêmico do texto que vai ser votado.
O líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), leu trechos do acordo
assinado entre o Brasil e a Federação Internacional de Futebol (Fifa) em
2007, quando o então governo Lula concordou com o consumo de bebidas
nos estádios. Segundo Araújo, na época, a própria entidade de futebol
não concordava com a venda, posição que reviu somente em 2010. Para ele,
a autorização prejudica anos de trabalho para diminuir a violência nos
estádios.
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ass. Angelo Roncalli
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