Queda sentida pelos governos nos primeiros meses é atribuída aos efeitos da crise econômica mundial
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Maurício de Souza
Anastasia inaugurou, na última terça-feira (3), a central termoelétrica da ETE Arrudas, em Sabará
O Estado e a
Prefeitura de Belo Horizonte começaram o ano com arrecadações abaixo do
previsto. O governo estadual fechou fevereiro com receita de R$ 1,3
bilhão a menos que o mês anterior. Já a administração da capital
esperava arrecadar R$ 1,8 bilhão no primeiro bimestre, no entanto,
finalizou o período com R$ 1,4 bilhão em caixa. Na prática, Estado e
município têm menos dinheiro do que os gestores esperavam. As
informações são dos boletins divulgados pela Secretaria Estadual da
Fazenda e pela prefeitura.
O governador Antonio Anastasia (PSDB) admitiu, na última terça-feira
(3), a dificuldade em angariar recursos, em virtude da crise. “É bom
lembrar que está havendo uma crise internacional, que reflete nas nossas
commodities, e tivemos o mês de janeiro, em razão das chuvas, uma
redução do movimento econômico, muito sentido por empresas do estado”,
confirmou. A administração tucana viu o caixa emagrecer já no início do
ano. Em janeiro, foram arrecadados R$ 4,3 bilhões. Em fevereiro, apenas
R$ 3 bilhões. “O mês de janeiro foi dentro da média. O mês de fevereiro
foi abaixo da média”, afirmou. No primeiro mês do ano, o Estado contou
com receita adicional proveniente do pagamento do IPVA. No mês seguinte,
a expectativa era de arrecadação um pouco menor. Porém, os valores
tiveram redução drástica. O principal imposto do Estado, o ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) caiu em R$ 370 milhões.
Em Belo Horizonte, a gestão do prefeito Marcio Lacerda (PSB) apresenta as metas para cada bimestre. A diferença do que se esperava para a período já fechado é de R$ 341,7 milhões.
Mesmo com o cenário pessimista, o socialista não poupa anúncios de investimentos. Prometeu transformar a capital em um “canteiro de obras”. Este ano é eleitoral, sendo que Lacerda disputa a reeleição. Ele corre contra o tempo para iniciar propostas de sua primeira campanha política, em 2008. A maior parte dos projetos divulgados, até agora, de maior porte, serão tocados em conjunto com a iniciativa privada. Além disso, algumas propostas importantes – como o Hospital Metropolitano e a reestruturação dos centros de saúde – terão impacto financeiro ao longo dos próximos 20 anos.
A justificativa da prefeitura para uma arrecadação aquém do esperado é a queda nas chamadas Receitas de Capital e Receitas Correntes. A primeira é oriunda da captação de empréstimos e financiamentos, alienação de bens imóveis e móveis dentre outras rubricas. “As receitas totais efetivamente arrecadadas no período de janeiro-fevereiro de 2012 foram 18,98% inferiores ao total projetado para o bimestre devido principalmente à frustração das receitas de capital, cujo percentual de realização foi 81,61% inferior ao previsto para o período”, diz relatório da PBH.
As receitas correntes também amargaram queda de 10%. Elas são compostas pelos impostos pagos pelos contribuintes, contribuições, taxas, além de outras fontes.
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