Qua, 21 de Março de 2012 16:52
| Agência CNM
Valter Campanato/ABrA
Confederação Nacional de Municípios (CNM) tem denunciado há mais de 10
anos que a crise enfrentada pela área de Saúde e que deixa a maioria da
população sem assistência médica e ambulatorial tem uma causa: a
resistência do governo em aumentar o financiamento e o orçamento do
Ministério da Saúde. Foi assim, por exemplo, na votação da Emenda
Constitucional 29 pelo Congresso.
O
presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, cita a série de estudos divulgados
pela entidade, alertando para os prejuízos que seriam causados pela
retirada do texto original da proposta da exigência de vinculação de 10%
da Receita Corrente Líquida da União para financiar a Saúde. O
Congresso atendeu a pressão do governo, mexeu no texto e determinou a
vinculação só para Estados ( 12%) e Municípios (15%). “A proposta ficou
sem efeito pratico e servirá para piorar a crise na Saúde, pois não
haverá dinheiro novo para o orçamento”, explica Ziulkoski. Se os 10% da
União tivessem permanecido seriam mais R$ 14,6 bilhões só neste ano de
2012.
A
confirmação das advertências da CNM aconteceu nesta quarta-feira, 21 de
março. Ao depor na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara
dos Deputados, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde,
Helvécio Magalhães, admitiu que todo ano falta entre R$ 30 bilhões a R$
40 bilhões para o financiamento da área da Saúde. De acordo com ele, a
regulamentação da emenda 29 não conseguiu solucionar a questão. Assim, o
ministério precisa trabalhar com soluções internas para lidar com essa
falta de recursos.
Segundo
o secretário, as prioridades da pasta são: os atendimentos de urgência e
emergência; a Rede Cegonha de atendimento a gestantes; o cuidado com
doenças crônicas; a atenção a pessoas com deficiências; e a rede de
atenção psicossocial quanto ao álcool, crack e outras drogas.
Mobilizações
Antonio Cruz/ABrA
defesa de melhorias no atual cenário da Saúde Pública fez a CNM
promover inúmeras mobilizações de prefeitos e demais gestores, em
Brasília, com o objetivo de alertar e conscientizar, autoridades e
parlamentares, para a necessidade de vinculação dos 10% da União. A luta
da CNM vem desde o ano 2000 e a ação pela regulamentação da Emenda 29
começou em 2007, “mas não fomos ouvidos”, lamenta.
A
política de financiamento adotada pela União e por alguns estados,
obrigou os Municípios a gastos acima do teto determinado pela
Constituição, chegando a investir até 30% de seus orçamentos. “Essa
situação vem se repetindo nos últimos anos o que impede os gestores de
investir em outras áreas para garantir o atendimento médico e hospitalar
da população”, afirma.
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ass. Angelo Roncalli
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