Agência Senado
Rodrigo Baptista
O teor da nova proposta do governo que
destina recursos dos royalties do petróleo para investimentos em
educação foi recebido com cautela por alguns senadores. A mensagem da
presidente Dilma Rousseff encaminhando o texto do Projeto de Lei 5500/2013 foi publicada nesta quinta-feira (3) em edição extra do Diário Oficial da União.
Para o senador Cristovam Buarque
(PDT-DF), o projeto é positivo, mas insuficiente para promover uma
revolução no atual no sistema educacional brasileiro. O parlamentar é um
dos autores do PLS 594/11, que também destina recursos do petróleo para a educação.
- Eu vejo com muito entusiasmo porque
essa é uma luta minha junto com outros senadores, mas me preocupo porque
dizem que é 100%, mas não é 100%. Na verdade é 100% de uma parcela
pequena dos recursos, aqueles que vão para a União e recursos do que se
chama concessão, que é a parte menor. Então não vão ser nem 20% - disse o
senador nesta sexta-feira (3), em entrevista à Agência Senado.
Assinado pelos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e de Minas e Energia, Edison Lobão, o projeto do governo substitui a MP 592/2012,
que perde a validade em 12 de maio. A comissão mista destinada a
examinar a medida provisória decidiu aguardar um posicionamento do
Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de ações que questionam a nova
distribuição dos royalties.
O governo argumenta, na
justificativa da proposta, que os recursos do pré-sal são necessários
para o cumprimento dos projetos e programas previstos no Plano Nacional de Educação (PNE),
que está em análise no Senado. O texto cita como exemplo a necessidade
de expansão da pré-escola e do número de creches, a implantação da
educação integral e a valorização dos professores.
Cristovam reiterou,
contudo, que os recursos da camada pré-sal são incertos e deveriam ser
utilizados apenas como um complemento para o cumprimento das metas do
PNE.
- Estamos achando que o
pré-sal vai resolver todos os problemas do Brasil, mas não vai.
Ninguém pode ter certeza que esses recursos que serão explorados serão
rentáveis. Precisamos reservar agora no Orçamento da União os recursos
necessários para pagar bem aos professores, construir boas escolas e
implantar horário integral em todo o pais – ressaltou Cristovam.
Mistificação
Em pronunciamento nesta
quinta-feira (2), o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP),
apontou uma “mistificação” no apelo de Dilma Rousseff pela aprovação de
projeto que destina recursos do pré-sal à educação. Ele observou que a
maior parte do petróleo da camada pré-sal vai obedecer a um novo regime
jurídico (partilha), caso o governo consiga fazer as futuras licitações.
Se Dilma quer favorecer a educação, disse Aloysio Nunes, deveria defender a aprovação do PLS 268/2008, que destina recursos futuros da exploração do petróleo a um fundo para investimentos em educação básica e inovação.
- O grosso desses recursos vai começar
realmente a ser extraído em 2020. E, a esta altura, a parte que diz
respeito aos contratos de concessão, que é essa parte destinada à
educação pela medida provisória da presidente Dilma, não é mais do que
2% do conjunto – acrescentou o parlamentar.
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ass. Angelo Roncalli
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